Eu
gostaria de não ser tão influenciada pelos meus momentos e sentimentos. Queria
saber sorrir mesmo com o peito dolorido. Saber abraçar sem ter perdoado.
Vejo
as coisas à minha volta, mas não enxergo o sentido delas, nem as suas
finalidades. As pessoas vêm e vão, enlouquecidamente, sem perceber que o tempo
anda depressa independente da sua pressa.
Devo
ter nascido para ser sozinha, sei lá. Até as folhas têm seus pares. Também há
aquelas solitárias. São poucas. E eu devo ser como uma dessas folhas de vida
desgraçada. Folhas acompanhadas são mais vistosas. Eu gostaria de ser uma folha
vistosa.
Tentei
me encontrar em outras pessoas, mas é impossível. Mesmo com toda a minha
mocidade, já me sinto quase sem forças. Mas também não sou de me render.
Preciso de ajuda. Preciso ajudar a mim mesma. Mas onde estão as respostas, os
ombros amigos, os olhos que chorariam comigo, onde estão? Isso deve ser tudo
papo-furado de belas melodias enganosas. Porque nem todo amor é doído e nem
todo sofredor tem motivo. Eu mesmo, sofro por não conhecer meus motivos.
Acredite.
Em
certo momento acabei por desacreditar nas coisas comuns a todos. A amizade não
existe, o amor não existe, a piedade não existe. É tudo uma simples troca. Eu
te amo enquanto você me der prazer. Sou seu amigo enquanto me acompanhas e protege.
Ajudo-o enquanto você me agradecer. E isso tudo me dá medo. Medo de pertencer
ao seu mundo e ter que viver como eles. Medo de tornar-me um deles.
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