Páginas

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Folha sem par


Eu gostaria de não ser tão influenciada pelos meus momentos e sentimentos. Queria saber sorrir mesmo com o peito dolorido. Saber abraçar sem ter perdoado.
Vejo as coisas à minha volta, mas não enxergo o sentido delas, nem as suas finalidades. As pessoas vêm e vão, enlouquecidamente, sem perceber que o tempo anda depressa independente da sua pressa.
Devo ter nascido para ser sozinha, sei lá. Até as folhas têm seus pares. Também há aquelas solitárias. São poucas. E eu devo ser como uma dessas folhas de vida desgraçada. Folhas acompanhadas são mais vistosas. Eu gostaria de ser uma folha vistosa.
Tentei me encontrar em outras pessoas, mas é impossível. Mesmo com toda a minha mocidade, já me sinto quase sem forças. Mas também não sou de me render. Preciso de ajuda. Preciso ajudar a mim mesma. Mas onde estão as respostas, os ombros amigos, os olhos que chorariam comigo, onde estão? Isso deve ser tudo papo-furado de belas melodias enganosas. Porque nem todo amor é doído e nem todo sofredor tem motivo. Eu mesmo, sofro por não conhecer meus motivos. Acredite.
Em certo momento acabei por desacreditar nas coisas comuns a todos. A amizade não existe, o amor não existe, a piedade não existe. É tudo uma simples troca. Eu te amo enquanto você me der prazer. Sou seu amigo enquanto me acompanhas e protege. Ajudo-o enquanto você me agradecer. E isso tudo me dá medo. Medo de pertencer ao seu mundo e ter que viver como eles. Medo de tornar-me um deles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário